Onze dos 14 presos libertados em Amargosa durante a
revolta que ocorreu na noite da última quarta-feira (16), por causa da
morte de um bebê, foram recapturados pela polícia. Trinta motos, 18
carros e um ônibus foram incendiados durante a ação de um grupo de
moradores.
Segundo o Coordenador do
Departamento de Polícia do Interior (Depin), Moisés Damasceno, os homens
foi detidos na segunda-feira (21) e foram levados para unidades
prisionais da região, já que a delegacia de Amargosa foi incendiada
durante os ataques.
No sábado (19), a delegada
titular da Delegacia de Amargosa, Glória Isabel Santos Ramos, foi
exonerada do cargo. Segundo Damasceno, o lugar dela foi assumido pelo
delegado Adilson Bezerra de Freitas, que estava na cidade de Castro
Alves, recôncavo baiano. Ainda não foi definido o novo local de
trabalho da ex-delegada de Amargosa.

O
policial civil suspeito de atirar e matar a criança prestou depoimento
na Corregedoria da Polícia Civil, em Salvador, na quinta-feira (17). Ele
nega ter atirado na criança e a Polícia Civil informa que só a perícia
vai poder constatar a origem do disparo. O policial militar que estava
com ele durante a ação também foi ouvido pela delegada Andreia Cardoso.
Os dois foram liberados após prestarem depoimento.
Versões do crime
O
policial civil suspeito do crime informou que perseguia um homicida
foragido da Justiça. Ele relatou que, antes, recebeu um telefonema que
denunciava a presença do traficante "Bolacha" no bairro Catiara. Segundo
a Polícia Civil, a denúncia recebida informava que o traficante estava
desmontando uma motocicleta furtada do Fórum da cidade. Ao se dirigir ao
local, a equipe policial teria visto o traficante, de prenome Ricardo,
acompanhado de dois homens. O policial informou que ele escondia uma
arma sob a camisa e reagiu à abordagem atirando.
O
policial afirmou que atirou duas vezes em direção ao suspeito em via
pública, negando ter disparado dentro da casa da criança ou no quintal.
Afirmou que o traficante entrou na casa e que uma mulher já saía de um
dos cômodos com uma criança ferida nas mãos. O policial alega ainda que
socorreu a criança.
A versão é contrária aos
relatos dos familiares e dos moradores, que negaram ter tido troca de
tiro, apontando a ocorrência de apenas três disparos. O pai da criança,
Luis Carlos Silva, de 22 anos, disse que uma pessoa entrou na casa e um
padeiro disse que essa pessoa era ele. Familiares confirmaram que os
policiais prestaram socorro, mas depois de insistência. "Eles só deram
socorro e levaram minha filha para o hospital porque a população chegou
em cima", disse o pai.
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