Estima-se
que a Bahia tenha 120 mil pessoas com hepatite C. Em Salvador, a
estimativa é de 50 mil pessoas infectadas com a doença e 12 mil com
hepatite B – segunda causa de câncer no mundo, perdendo apenas para o
tabaco. Com o objetivo de contribuir para a redução das hepatites virais
no estado, o Grupo Vontade de Viver (GVV) tem como principal foco a
prevenção. Para arrecadar fundos, a ONG realiza, neste fim de semana, o
2º Brechó da Solidariedade.
O evento acontece
no sábado (8) e no domingo (9), sempre das 13h às 17 horas, na
Associação dos Moradores Conjunto Vale dos Rios, na Rua Arthur Fraga
s/n, no bairro do Stiep. “É o segundo ano que nós realizamos esse brechó
da solidariedade, e ele é realizado como um dos meios de
sustentabilidade da ONG. Nós vamos distribuir folhetos informativos
sobre as hepatites virais, sempre com cunho da informação, da prevenção.
Nós queremos fazer do brechó uma marca da ONG, fazendo todos os anos,
trazendo benefícios a várias pessoas”, explicou a diretora de relações
do GVV, Angélica Maria Corrêa.
A ONG realiza
diversas palestras informativas, com a finalidade de esclarecer à
população os perigos das hepatites virais. O objetivo é apoiar e dar
suporte ao portador de hepatites virais. Mês que chama a atenção para a
prevenção e controle das hepatites virais, o Julho Amarelo teve diversas
atividades de iniciativa do Grupo Vontade de Viver. No dia 28,
inclusive, foi realizada uma sessão solene no plenário da Câmara
Municipal de Salvador sobre “Políticas Públicas de Combate às Hepatites
Virais”.
Também foram realizadas atividades,
através da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, com palestras
ministradas por hepatologistas, em diversos pontos da cidade. Com sede
no Centro de Saúde Carlos Gomes, sala 110, a Organização não
governamental é composta por ex-pacientes voluntários, treinados e
habilitados em dar apoio aos pacientes para o seguimento ao tratamento,
orientações e aconselhamentos. A ONG pode ser contatada através do
telefone 3321-7646 e do e-mail: contato@vontadedeviver.org.br.
Sobrevivente
da Hepatite C – uma luta que durou 22 anos –, o presidente do GVV,
Rômulo Corrêa faz um alerta para a prevenção da doença. “É melhor
prevenir do que remediar. É uma doença silenciosa. O ideal é que a
pessoa faça o teste para saber, porque na maioria dos casos não tem
sintomas. Principalmente pessoas que já têm fonte de risco em sua vida,
que já fez tatuagem, por exemplo, estão propensas a ter a hepatite C”,
destacou.
“Ele [Rômulo] fez da doença uma
razão de vida. Às vezes ele diz assim: ‘eu tive esse vírus, mas enquanto
eu puder, estarei lutando contra ele. Estarei ajudando outras pessoas’.
Então estou nessa luta com ele para que, realmente, a gente possa
evitar que essas pessoas passem pelo sofrimento que ele passou”, revelou
a diretora de relações sociais e esposa de Rômulo, Angélica Maria
Corrêa.
Luta pela doença
Rômulo
Corrêa descobriu estar infectado com a Hepatite C em 1992, após um exame
PCR-RNA realizado na Itália, já que, na época, a doença era
desconhecida no Brasil. O sofrimento começou em 1991, quando ele foi
surpreendido por uma hemorragia digestiva alta. Durante este período
passou por cinco tratamentos e um transplante de fígado. Foram anos de
sofrimentos, com severos efeitos colaterais. Os tratamentos consistiram
em administração de medicamentos, localização de cistos malignos no
fígado, transplante e nova terapia medicamentosa, até a cura, em 2013.
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