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consumir produtos contrabandeados. Eletrônicos, roupas, calçados, DVDs e
 cigarros estão entre esses produtos. A constatação está em pesquisa 
feita pelo Datafolha a pedido do Instituto Brasileiro de Ética 
Concorrencial (Etco) e divulgada na manhã desta quarta-feira. No total, 
duas mil pessoas de todo o país foram entrevistadas.
O
 índice de consumo de produtos ilegais é ainda maior entre os 
brasileiros de 25 a 34 anos e também nas classes D e E, ultrapassando 
30%. Os entrevistados apontam a diferença de preço entre o produto legal
 e o contrabandeado como fator decisivo na hora de comprar.
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 É uma vantagem financeira que os criminosos têm em função da 
disparidade tributária entre o Brasil e o Paraguai. É necessária uma 
revisão dos impostos sobre os produtos nacionais para que tenhamos plena
 legalidade do mercado interno e mais segurança — disse Evandro 
Guimarães, presidente do Etco.
O material 
mostra que, para metade dos entrevistados, o governo federal é o 
principal responsável pela entrada dos produtos contrabandeados e 75% 
sabem que o comércio dessas mercadorias ilegais favorece o crescimento 
da violência e da criminalidade.
Para 87% dos 
consumidores consultados, a alta carga tributária sobre os produtos 
nacionais é o que favorece o aumento do contrabando. Quase a totalidade 
dos brasileiros é a favor da revisão de impostos sobre os produtos 
legais para tornar o seu preço mais acessível e mais competitivo em 
relação aos ilegais.
De acordo com dados do 
Etco, o Brasil perde anualmente cerca de R$ 115 bilhões com o comércio 
de mercadorias ilegais, montante que seria suficiente para construir 974
 hospitais, ou 57 mil creches ou ainda 22 mil escolas públicas, segundo o
 instituto.
 
 
 
 
 
 
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