As inscrições para o Financiamento Estudantil 
(Fies) começam ao meio-dia desta terça-feira (7) pelo site 
http://fiesselecao.mec.gov.br, segundo o Ministério da Educação. O prazo
 vai até as 23h59 desta sexta-feira (10). O resultado da seleção sai na 
próxima segunda-feira (13). Serão oferecidas 150 mil vagas de contratos de financiamento.
Em
 janeiro, o governo havia garantido que o número de novos contratos do 
programa em 2017 seria pelo menos igual ao de 2016, ou seja, no mínimo 
220 mil, considerando os dois semestres. No primeiro semestre de 2016, 
foram abertas 149 mil novas vagas. Na segunda, o ministro da Educação, Mendonça Filho, anunciou uma redução em 34,7% no valor máximo das mensalidades financiadas. 
Sendo assim, o limite passa a ser de até R$ 5 mil por mensalidade. Segundo
 o edital do programa que foi publicado no Diário Oficial da União desta
 terça, pode se inscrever o candidato que tenha feito o Exame Nacional 
do Ensino Médio (Enem) a partir de 2010 e tenha obtido média mínima nas 
provas de 450 pontos e nota acima de zero na redação. Também é 
necessário ter renda familiar mensal bruta per capita de até três 
salários mínimos.
O
 novo teto sinaliza, segundo o ministro Mendonça Filho, o primeiro passo
 na reestruturação completa do Fies. Atualmente, um grupo do MEC em 
conjunto com representantes da Fazenda trabalha em alterações que devem 
ser anunciadas no fim de março.
O Fies 
oferece contratos de financiamento de cursos de graduação em 
universidades e faculdades particulares. Os candidatos são selecionados 
com base em suas notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e por 
critérios socioeconômicos. Atualmente, o Fies financia cerca de 1,5 
milhão de estudantes no Brasil, com cerca de 49,8% de inadimplência.
Neste
 ano, o MEC prevê gastar R$ 1,5 bilhão com novos contratos. O desembolso
 total do governo já ultrapassa R$ 20 bilhões com os contratos de 
financiamento, sendo que além deles ainda há cerca de R$ 9 bilhões 
extras com custos fiscais.
Teto nas mensalidades
No
 semestre passado, o teto de financiamento do Fies era de R$ 42 mil. 
Segundo o ministro, caso o mesmo teto fosse mantido, ele teria que ser 
reajustado e subiria para R$ 46 mil. Mendonça
 Filho disse que a função do governo é "definir critérios de 
financiamento, e não simplesmente financiar a qualquer preço um curso a 
partir de uma mensalidade determinada por um ente privado".
Mansueto
 Facundo de Almeida Júnior, do Ministério da Fazenda, explicou que o 
pacote está sendo estudado por um comitê interministerial e que o 
objetivo é garantir a "sustentabilidade, a previsibilidade, a 
transparência e o controle" do Fies.
Mansueto 
explicou que as mudanças são uma reação ao crescimento exponencial do 
Fies nesta década. "De 1998 até 2009, 2010, o total de alunos com 
crédito estudantil não passava de 200 mil", disse ele. "De 2010 a 2015 
passou de 200 mil para 1,9 milhão."
Atualmente,
 há 1,5 milhão de contratos ativos, segundo dados do MEC. Mansueto 
também comparou o financiamento público no ensino superior privado com 
as universidades públicas. Segundo ele, em menos de dez anos, o número 
de matrículas no setor privado financiadas pelo poder público é 
semelhante ao número de vagas de graduação no setor público abertas em 
cinquenta anos.
Reestruturação do Fies
Apesar de a mudança completa do Fies estar prevista para ser anunciada somente em março, MEC e Fazenda apontaram diretrizes:
Programa deve apontar com antecedência o total de vagas que serão ofertadas a cada ano
Não há previsão de que bancos privados participem do Fies
Ministério estuda ampliação do Prouni como contrapartida às mudanças
Orientação
 para os estudantes sobre a realidade local do mercado de trabalho para 
que avaliem a relação custo benefício do financiamento
Divulgação regular de relatórios de acompanhamento do Fies
Contratos vigentes
O
 Fies exige que os universitários renovem o contrato a cada semestre 
letivo, para confirmar ou alterar as informações. Estudantes que já têm 
contrato de financiamento do Fies podem fazer o aditamento para o 
segundo semestre de 2017 até o dia 30 de abril.
No
 ano passado, cerca de 30 mil estudantes perderam seus contratos do Fies
 porque eles não foram renovados para o primeiro semestre letivo de 
2017. O número representa 2% do total de cerca de 1,5 milhão de 
contratos vigentes.
Cada contrato de 
financiamento deve ser renovado (ou aditado) a cada novo semestre. 
Primeiro, o sistema, chamado SisFies, é aberto para que as instituições 
insiram os dados sobre os contratos dos estudantes. Depois, o sistema dá
 acesso aos estudantes, que verificam e validam as informações, para que
 então o procedimento de renovação contratual seja finalizado.
No
 caso de aditamentos não simplificados, ou seja, quando algum dado 
cadastral precisa ser alterado, como, por exemplo, o fiador, o processo 
tem uma etapa extra: ao acessar o SisFies, o estudante precisa emitir um
 Documento de Regularidade de Matrícula (DRM) e entregá-lo ao banco que 
serve como agente financeiro do contrato.
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