Na tentativa de neutralizar
o apoio da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) ao impeachment,
o presidente Michel Temer iniciará movimento a partir de segunda-feira
(22) em busca de manifestações públicas de apoio junto a outras
entidades da sociedade civil. A equipe do peemedebista discute fazer
ofensiva sobre a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil),
CNI (Confederação Nacional da Indústria), Concepab (Confederação dos
Conselhos de Pastores do Brasil), entre outras. O objetivo é fazer um
contraponto e tentar passar a mensagem pública de que o presidente ainda
conta com respaldo da sociedade para seguir à frente do Palácio do
Planalto. Na madrugada deste domingo (21), o Conselho Federal da OAB
decidiu formular pedido de impeachment que será protocolado na Câmara
dos Deputados.Antes das deliberações, a maior parte das bancadas já
havia se posicionado pela cassação do presidente. A equipe do presidente
critica a entidade de advogados, avalia que ela adotou um
posicionamento "mais político que jurídico" e se "precipitou", não
aguardando resultado de perícia determinada pelo ministro do STF
(Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin na gravação entre o peemedebista
e o empresário Joesley Batista, da JBS. O Palácio do Planalto considera
que a OAB "perdeu o timing" em relação ao impeachment da ex-presidente
Dilma Rousseff e, agora, tomou uma "decisão apressada" para evitar ficar
mais uma vez a reboque de partidos de oposição.Nos bastidores, contudo,
assessores e aliados presidenciais reconhecem que a decisão fragiliza o
presidente e pode fortalecer movimentos de rua favoráveis à renúncia do
peemedebista e à convocação de eleições diretas.
Nas palavras
de um auxiliar de Temer, como a OAB é uma entidade com prestígio social e
com histórico reconhecido na defesa da democracia, ela se tornou
formuladora de opinião e pode influenciar no humor da sociedade em
relação ao governo peemedebista. O presidente se reuniu na manhã deste
domingo (21) com assessores e auxiliares da área jurídica para discutir
estratégia de reação à crise política deflagrada com a delação premiada
dos executivos da JBS. Com informações da Folhapress.
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