Pedido de impeachment de Temer não considera se áudio foi editado, diz OAB

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, informou nesta segunda-feira (22) que a entidade apresentará, ainda nesta semana, à Câmara dos Deputados, um pedido de impeachment do presidente Michel Temer. No último fim de semana, a OAB aprovou, por 25 votos a 1, entrar com o pedido de impeachment após se tornar público o conteúdo das delações dos empresários Joesley e Wesley Batista.
 
Os empresários são donos da JBS, no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo Lamachia, mesmo que a gravação de uma conversa entre Joesley e Temer (em 7 de março deste ano), entregue ao Ministério Público, tenha passado por algum tipo de edição, como argumenta a defesa do presidente, as declarações públicas de Temer sobre o episódio confirmam o teor do diálogo e "isso que é indiscutível".
 
"Não há definição [sobre entrar com o pedido] na quarta [24] ou na quinta [25]. Estamos elaborando a peça, com responsabilidade, isso tem que ser feito com calma. Asseguro a vocês que ainda no curso dessa semana estaremos protocolando", disse Lamachia, em entrevista à imprensa. Claudio Lamachia disse que Michel Temer ‘jamais deveria ter recebido’ no Palácio do Jaburu ‘um fanfarrão, um delinquente’ – como o próprio presidente da República classifica o executivo Joesley Batista.
 
“Se o presidente da República sabia que estava diante de um interlocutor que é um fanfarrão e um delinquente ele não deveria ter recebido (Joesley)”, disse Lamachia.  Lamachia seguiu. “Primeiro, o presidente não deveria nem ter recebido (Joesley). Se eu sei que alguém é um deliquente eu não recebo aqui na OAB, não vou receber alguém que, sabidamente para mim, é um deliquente e um fanfarrão numa audiência na Ordem, quiçá na minha casa, na minha residência, na garagem, no porão, seja onde for.”

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