Em uma cidade onde uma mulher é vítima de violência
doméstica a cada 56 minutos, só existem duas Delegacias Especiais de
Atendimento à Mulher (Deam): em Salvador, elas ficam nos bairros de
Brotas e de Periperi. Em todo o estado, são 15 unidades, de acordo com
as estatísticas do 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Isso significa que, na Bahia, a taxa é de 0,2 delegacia para cada 100 mil mulheres. O índice é menor do que a média nacional – 0,4. O índice só é maior do que o Distrito Federal, que tem apenas uma delegacia e fica com uma taxa de 0,1 para cada 100 mil.
Assim como a Bahia, os estados de Alagoas, Ceará, Pernambuco e Rio de Janeiro também registraram uma média de 0,2. O estado que tem o melhor desempenho é o Tocantins. Com 13 unidades especializadas para atender mulheres em situação de violência, o Tocantins chega a uma taxa de 1,7 para cada 100 mil mulheres. Os divulgado foram divulgados na segunda-feira (30) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
De acordo com os dados do anuário, 18 profissionais que trabalham no atendimento a mulheres que vão a essas delegacias afirmaram que acreditam que o número de Deams no estado é ‘insuficiente’. Apenas sete afirmaram que a quantidade é suficiente e uma pessoa não soube ou não quis responder.
Na Bahia, 14 dos profissionais que responderam ao questionário afirmaram que já receberem treinamento específico para atender a essas vítimas. No entanto, outras 12 pessoas seguem atendendo mulheres em situação de violência sem ter passado por nenhuma capacitação.
Na avaliação de 16 deles, o que mais dificulta o atendimento às mulheres nas Deams é a falta de pessoal. Cinco disseram, ainda, que o problema é a falta de integração com outros órgãos, e três apontaram a falta de equipamentos próprios para o trabalho. Uma pessoa ainda apontou a falta de qualidade nas instalações na delegacia.
Atendimento
No ano passado, o Correio mostrou a saga de uma comerciária que foi vítima de violência doméstica e denunciou o tratamento que recebeu na Deam de Brotas. Na unidade, chegou a ouvir de um policial: “Ciúme é assim mesmo”. “Ouvi aquilo machucada, sem conseguir falar”, contou, na ocasião.
Na época, após ter ido à Deam, não teve notícias da polícia por dois meses, mas teve do agressor, que ligou para ela. No retorno à delegacia, um policial lhe disse que “o que os olhos não veem, o coração não sente”. Em maio de 2016, descobriu que o processo estava com o Ministério Público, mas o telefone repassado pela delegacia estava errado.
Descobriu que a medida protetiva foi concedida pela Justiça desde janeiro daquele - mas o agressor nunca a recebeu, de modo que ela não tem validade. “Estou de mãos atadas e ele pode fazer o que quiser. Me arrependo da denúncia, porque não fez nenhuma diferença”, desabafou.
Nas Deams
O Correio procurou as duas delegadas titulares das Deams de Salvador, Heleneci Nascimento e Vânia Matos. A primeira não foi localizada, enquanto Vânia pediu para se pronunciar através da assessoria da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP).
Ao Correio, a SSP confirmou que tem 15 Deams no estado. Segundo o órgão, nas cidades onde não há Deam, os registros são feitos pelas delegacias territoriais. Segundo o órgão, não há prejuízo no acompanhamento dos casos, nem na abertura de inquérito.
Isso significa que, na Bahia, a taxa é de 0,2 delegacia para cada 100 mil mulheres. O índice é menor do que a média nacional – 0,4. O índice só é maior do que o Distrito Federal, que tem apenas uma delegacia e fica com uma taxa de 0,1 para cada 100 mil.
Assim como a Bahia, os estados de Alagoas, Ceará, Pernambuco e Rio de Janeiro também registraram uma média de 0,2. O estado que tem o melhor desempenho é o Tocantins. Com 13 unidades especializadas para atender mulheres em situação de violência, o Tocantins chega a uma taxa de 1,7 para cada 100 mil mulheres. Os divulgado foram divulgados na segunda-feira (30) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
De acordo com os dados do anuário, 18 profissionais que trabalham no atendimento a mulheres que vão a essas delegacias afirmaram que acreditam que o número de Deams no estado é ‘insuficiente’. Apenas sete afirmaram que a quantidade é suficiente e uma pessoa não soube ou não quis responder.
Na Bahia, 14 dos profissionais que responderam ao questionário afirmaram que já receberem treinamento específico para atender a essas vítimas. No entanto, outras 12 pessoas seguem atendendo mulheres em situação de violência sem ter passado por nenhuma capacitação.
Na avaliação de 16 deles, o que mais dificulta o atendimento às mulheres nas Deams é a falta de pessoal. Cinco disseram, ainda, que o problema é a falta de integração com outros órgãos, e três apontaram a falta de equipamentos próprios para o trabalho. Uma pessoa ainda apontou a falta de qualidade nas instalações na delegacia.
Atendimento
No ano passado, o Correio mostrou a saga de uma comerciária que foi vítima de violência doméstica e denunciou o tratamento que recebeu na Deam de Brotas. Na unidade, chegou a ouvir de um policial: “Ciúme é assim mesmo”. “Ouvi aquilo machucada, sem conseguir falar”, contou, na ocasião.
Na época, após ter ido à Deam, não teve notícias da polícia por dois meses, mas teve do agressor, que ligou para ela. No retorno à delegacia, um policial lhe disse que “o que os olhos não veem, o coração não sente”. Em maio de 2016, descobriu que o processo estava com o Ministério Público, mas o telefone repassado pela delegacia estava errado.
Descobriu que a medida protetiva foi concedida pela Justiça desde janeiro daquele - mas o agressor nunca a recebeu, de modo que ela não tem validade. “Estou de mãos atadas e ele pode fazer o que quiser. Me arrependo da denúncia, porque não fez nenhuma diferença”, desabafou.
Nas Deams
O Correio procurou as duas delegadas titulares das Deams de Salvador, Heleneci Nascimento e Vânia Matos. A primeira não foi localizada, enquanto Vânia pediu para se pronunciar através da assessoria da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP).
Ao Correio, a SSP confirmou que tem 15 Deams no estado. Segundo o órgão, nas cidades onde não há Deam, os registros são feitos pelas delegacias territoriais. Segundo o órgão, não há prejuízo no acompanhamento dos casos, nem na abertura de inquérito.
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