A disputa baiana é polarizada. E a federal está 100% pulverizada

O sinal cabal de um navio estar indo a pique é quando os ratos que habitam os porões começam a pular fora. Eis a questão: do navio de Rui ninguém pula. Mas tem um porém: pular para onde, se ACM Neto, o principal líder da oposição na Bahia, também está no oceano em busca de um porto?

Na Bahia, nos últimos tempos, campanhas eleitorais sempre foram polarizadas; antes o carlismo contra o resto, hoje os petistas contra a herança carlista. Na área federal, a direita e os camaleões de palácio (que avermelharam na era petista) faziam o embate contra uma esquerda pulverizada.

Meladeira geral — Hoje, temos uma esquerda quase toda desacreditada pelas falcatruas que o PT cometeu em nome de um projeto de poder e uma direita que derrubou os petistas, mas também mergulhados (ou naufragados) no oceano da corrupção.

Disso resulta que os núcleos extremistas, de esquerda ou direita, não crescem tanto. E daí em diante só as urnas forjarão os majoritários. Em síntese, tirante o alquebrado Lula, não há referências a se seguir.

A banda federal sempre influenciou na Bahia. E em 2018, cadê a referência nacional? Ninguém tem. Ou melhor, Rui tem Lula, que candidato, não candidato, solto ou preso (alguns dizem que morto seria melhor ainda) é o que restou-lhe.

Daí que o navio de Rui navega só. 2018 começa assim.

Navios a pique ainda na pauta

O governo não desistiu da ideia de afundar dois navios na Baía de Todos os Santos para fomentar o turismo de mergulho, embora a licitação (R$ 400 mil) para a contratação de empresa especializada em dezembro tenha dado deserta.

O secretário José Alves (Turismo) diz que ainda nesse semestre a operação será consumada.

— Vamos contratar uma empresa especializada, que já fez o mesmo em Recife.

O muro da Via Barradão

Torcedor do Bahia, Rui Costa deixou as paixões futebolísticas de lado ontem na inauguração da Via Barradão e sumiu no muro.

Perguntaram a ele se ia para o jogo, saiu pelo lado.

— Ainda não sei.

E pediram que ele desse um palpite sobre o placar:

— 2 a 2.
A Via Barradão nasceu por inspiração dos rubro-negros palacianos. Defenderam que Rui, por ser Bahia, devia fazer um contraponto. Colou.

As narinas de Nilo no fogo

Marcelo Nilo não esconde de ninguém a mágoa de João Leão, o vice de Rui, e do senador Otto Alencar, aos quais atribui sua derrota para o sexto mandato como presidente da Assembleia. Repete, e fez isso essa semana na Metrópole, que na hora de votar vai cravar Rui e Wagner, tapar o nariz com o resto da chapa, mas ontem estava na Via Barradão partilhando o momento com todos. Pelo visto, não é lá tanto fedor assim.

Centro de Convenções de Rui Costa mira dois alvos
Rui Costa diz que o governo vem trabalhando com dois projetos para o novo Centro de Convenções que o Estado pretende construir em Salvador. Um é o do Comércio, outro o do Parque de Exposições.

— O que se viabilizar primeiro, vamos tocar.

Ele diz que o do Comércio tem o inconveniente que depende do governo federal. Já no Parque de Exposições, além de um shopping com artigos de luxo e hotéis, há a previsão da instalação de um hospital da bandeira Aspen , segundo ele, uma boa porque já perdemos o Espanhol e médicos dos melhores núcleos do país virão para cá.
 
Parque de Exposições pode virar Centro de Convenções (Foto: Xando Pereira | Ag A TARDE | 04.11.2002)
>> REGISTRO
Mapa do polo - O Senai Cimatec, instituição da Fieb, firmou convênio com o Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic) para fazer um completo diagnóstico sobre o Polo Petroquímico, que está em vias de completar 40 anos.
>> POLÍTICA COM VATAPÁ
Mais embaixo
Mário Pontes, personagem que muito figurou nos bastidores do carlismo e foi encarregando da propaganda da campanha de Clériston Andrade ao governo, em 1982 (Cleriston morreria num acidente de helicóptero em outubro daquele ano) conta que lá um dia a comitiva ia para Feira de Santana, ele na comitiva. A certa altura da BR-324 Cléristou falou:
— Vejam vocês como a minha popularidade anda em alta. Todo mundo que passa ao lado aponta para o nosso carro.
Adiante, a realidade: o povo estava querendo avisar que o pneu do carro em que Clériston andava estava furado. Coluna do Levi Vasconcelos/A Tarde

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