Brasil só criou empregos formais, neste ano, com
remuneração de até dois salários mínimos (R$ 1.908). As contratações
foram maiores do que as demissões apenas em vagas com rendimentos mais
baixos, segundo dados do primeiro trimestre levantados pela Folha no
Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
Houve fechamento de vagas em todas as faixas com vencimento maior do que dois salários mínimos. No Norte e no Nordeste, a situação é pior: no mesmo período, a abertura de empregos ficou na faixa de até um salário mínimo (R$ 954). No Norte e no Nordeste, só houve criação de novas vagas de até um salário mínimo.
O Ministério do Trabalho diz que os números refletem um processo de recuperação e que a expectativa é que o saldo positivo chegue aos cargos com melhor remuneração. “O ideal seria que estivesse bem distribuído entre as faixas, mas há melhora em relação a 2017”, afirma Mariana Eugênio, analista de Políticas Sociais do Ministério. No 1º trimestre de 2017, o saldo positivo estava concentrado nos empregos de até um salário mínimo e meio.
Em 2016, foi registrado o pior cenário para o período: só foram abertas vagas de até um salário mínimo. Anos atrás, contudo, o Brasil criava oportunidades com remunerações maiores: no início de 2008, foram geradas vagas de até quatro salários mínimos e também de sete a dez. A economista Vivian Almeida, professora do Ibmec, aponta que o emprego, muitas vezes, demora mais a reagir.
“O mercado de trabalho tende a responder um período depois. Primeiro, há, por exemplo, aumento nas vendas, depois no emprego.” A maior parte do impacto de crises econômicas no mercado de trabalho ocorre nos postos com menor remuneração, segundo Bruno Ottoni, pesquisador do iDados e Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
O cenário ainda mais desfavorável no Norte e no Nordeste pode ser explicado, segundo ele, pelo fato de os salários médios nessas regiões serem menores. “Assim, o valor do salário mínimo fica mais custoso para o empregador.” Com o emprego mais fraco do que o esperado no ano, o Ibre revisou a projeção inicial de criação de 800 mil vagas em 2018 para 630 mil (considera o envio de dados pelas empresas no prazo).
Apesar de o governo ter defendido, em 2017, que a reforma trabalhista permitiria a abertura de 2 milhões de empregos em dois anos, o Ministério do Trabalho hoje não divulga a expectativa para o saldo do Caged em 2018. As novas regras da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) entraram em vigor no fim do ano passado e dependem, em vários pontos, de regulamentação.
A oferta de vagas em modalidades previstas na nova lei, como contratos intermitente e regime parcial, tem sido “decepcionante”, segundo Ottoni. Essas duas modalidades de contrato de trabalho responderam, juntas, pela abertura de 6,4 mil vagas em março, de acordo com o dado mais recente do governo.
O índice de desemprego também preocupa nessa fase de recuperação econômica. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o país tem hoje 13,7 milhões de pessoas em busca de trabalho. No primeiro trimestre, o índice ficou em 13,1%, alta de 1,3 ponto percentual em relação ao trimestre finalizado em dezembro. Folha de S.Paulo
Houve fechamento de vagas em todas as faixas com vencimento maior do que dois salários mínimos. No Norte e no Nordeste, a situação é pior: no mesmo período, a abertura de empregos ficou na faixa de até um salário mínimo (R$ 954). No Norte e no Nordeste, só houve criação de novas vagas de até um salário mínimo.
O Ministério do Trabalho diz que os números refletem um processo de recuperação e que a expectativa é que o saldo positivo chegue aos cargos com melhor remuneração. “O ideal seria que estivesse bem distribuído entre as faixas, mas há melhora em relação a 2017”, afirma Mariana Eugênio, analista de Políticas Sociais do Ministério. No 1º trimestre de 2017, o saldo positivo estava concentrado nos empregos de até um salário mínimo e meio.
Em 2016, foi registrado o pior cenário para o período: só foram abertas vagas de até um salário mínimo. Anos atrás, contudo, o Brasil criava oportunidades com remunerações maiores: no início de 2008, foram geradas vagas de até quatro salários mínimos e também de sete a dez. A economista Vivian Almeida, professora do Ibmec, aponta que o emprego, muitas vezes, demora mais a reagir.
“O mercado de trabalho tende a responder um período depois. Primeiro, há, por exemplo, aumento nas vendas, depois no emprego.” A maior parte do impacto de crises econômicas no mercado de trabalho ocorre nos postos com menor remuneração, segundo Bruno Ottoni, pesquisador do iDados e Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
O cenário ainda mais desfavorável no Norte e no Nordeste pode ser explicado, segundo ele, pelo fato de os salários médios nessas regiões serem menores. “Assim, o valor do salário mínimo fica mais custoso para o empregador.” Com o emprego mais fraco do que o esperado no ano, o Ibre revisou a projeção inicial de criação de 800 mil vagas em 2018 para 630 mil (considera o envio de dados pelas empresas no prazo).
Apesar de o governo ter defendido, em 2017, que a reforma trabalhista permitiria a abertura de 2 milhões de empregos em dois anos, o Ministério do Trabalho hoje não divulga a expectativa para o saldo do Caged em 2018. As novas regras da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) entraram em vigor no fim do ano passado e dependem, em vários pontos, de regulamentação.
A oferta de vagas em modalidades previstas na nova lei, como contratos intermitente e regime parcial, tem sido “decepcionante”, segundo Ottoni. Essas duas modalidades de contrato de trabalho responderam, juntas, pela abertura de 6,4 mil vagas em março, de acordo com o dado mais recente do governo.
O índice de desemprego também preocupa nessa fase de recuperação econômica. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o país tem hoje 13,7 milhões de pessoas em busca de trabalho. No primeiro trimestre, o índice ficou em 13,1%, alta de 1,3 ponto percentual em relação ao trimestre finalizado em dezembro. Folha de S.Paulo
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