A APLB-Sindicato núcleo de São Felipe, foi convocada no ultimo dia 01
de julho de 2019, através do Ofício Gab. nº 340/2019, da lavra do
secretário municipal de educação, para uma reunião com o Poder Executivo
em 08/07, às 9h, na sede da prefeitura.
De acordo com informações da APLB Núcleo São Felipe, a reunião
iniciou às 10h20min com o término às 13h15min, estavam presentes a
diretoria da APLB-Sindicato de São Felipe, professor Carlos Augusto
(diretor da Delegacia Sindical do Planalto- APLB-Sindicato de Cruz das
Almas), Dr. Felipe Henrique (assessor jurídico da APLB, representando o
escritório Gomes & Gomes). Da parte do Executivo estavam os
secretários de educação (Sílvio Ricardo Conceição) e administração
(Álvaro Neiva), a assessoria contábil, os advogados Dr. Tadeu e Dra.
Fernanda, Cláudia Maria Batista de Araújo Silva (Diretora de Recursos
Humanos) e o professor Reginaldo Oliveira de Jesus.
Ainda segundo essas informações da APLB, para essa reunião, a
entidade convidou também alguns professores para estarem presentes, mas
estes não puderam comparecer. “Salienta-se que mais uma vez o prefeito
esteve ausente da reunião”, destacou um representante do Núcleo local .
Na reunião, discutiram-se várias demandas da categoria como reajuste
salarial, retiradas de direitos dos professores, precatórios do FUNDEF,
mudança de nível, concessão de licença-prêmio, dentre outros assuntos.
Os representantes do Poder Executivo e os seus respectivos assessores
presentes foram taxativos quantos aos pleitos da categoria no sentido
de não os atender, alegando uma série de impedimentos técnicos,
jurídicos e financeiros. Por exemplo, no tocante aos precatórios, os
secretários ratificaram, consoante posição das assessorias contábil e
jurídica, que não poderiam proceder com o rateio dos precatórios, pois o
prefeito recebeu notificações dos Ministérios Público e Federal bem
como do TCU no qual demonstrava uma proibição para qualquer forma de
pagamento para os professores. Além disso, há em curso na Comarca de São
Felipe um processo judicial sobre os supracitados precatórios, com
valores bloqueados em conta judicial, aguardando a decisão do mérito.
Sobre o reajuste salarial de 2019, conforme percentual do reajuste de
4,17% do PSPN, os secretários de educação e administração, seguindo
orientações das assessórias contábil e jurídica, asseveraram que não há
como conceder qualquer percentual para o reajuste salarial, pois,
conforme afirmaram, “não tem dinheiro em caixa e o índice de pessoal
continua elevado”. Foram também enfáticos em afirmar que diante do
quadro ora mencionado não há lastro para proporcionar os almejados
reajustes para o corrente ano. Nesse quesito, a APLB-Sindicato rebateu
veementemente a posição da prefeitura, lembrando que já houve alguns
cortes para ajustar a folha de pagamento e que não justificava o índice
ainda continuar elevado. A diretoria sindical também argumentou que a
previsão para o FUNDEB de São Felipe prevê uma estimativa maior para
este ano quando comparado com o ano anterior. Outro ponto destacado pela
APLB, se assenta no fato de o município ter implantado agora em 2019 a
Reserva Técnica de carga Horária, conforme prevê a Lei Federal 11.738
(Lei do Piso). Isso é, sem dúvida, um vetor de economia para os cofres
da prefeitura, com significativa redução de custo. Tencionamos sobre a
diferença do reajuste do Piso do ano passado que deixou de ser paga aos
trabalhadores em educação e, de igual forma, os secretários disseram-nos
que há uma evidente impossibilidade de concedê-la.
Na sequência dos embates, eles alegaram que era imperiosa a revisão
do Plano de Cargos e Salários para ajustar as contas e possibilitar um
possível reajuste dos salários e concessão de mudanças de níveis dos
professores conforme assegura a Lei Municipal 704/2011.Essa reformulação
que o município propõe, na visão que eles pretendem implantar, só vai
acarretar um retrocesso financeira para os trabalhadores e um
consequente declínio na qualidade da educação da nossa rede municipal,
alegou a diretoria da APLB.
Na sequência, informaram-nos que já tem uma minuta pronta do Plano de
Carreira e que será apresentada ainda nesta semana para ser discutida
com Comissão e a APLB junto com a categoria.
A diretoria da APLB de São Felipe e nosso representante jurídico
rebateram os discursos apresentados pelo Poder Executivo, pontuando que
não poderíamos verificar a veracidade dos dados técnicos delineados na
reunião, haja vista a inércia da prefeitura em fornecer a folha
analítica dos servidores municipais para que pudéssemos também analisar
tais informações. Nesse contexto, frisamos abundantemente que o
município foi cobrado por diversas vezes pela APLB para fornecer os
referidos documentos (folha analítica), mas até o momento esse pleito
não havia sido atendido. Diante disso, o secretário de administração
assegurou que até o dia 12/07/2019 liberará a documentação completa.
A APLB-Sindicato afirmou na reunião que se a prefeitura não
apresentar a folha analítica para as possíveis análises, ficaria
inviável tecer uma discussão e construir uma análise desse novo plano de
carreira com categoria. A APLB salientou que não compreende o motivo de
tanto morosidade em fornecer a referida folha. Isso dá margem para
diversas interpretações, incluindo aí possibilidade de existir alguma
inconsistência nos dados reais da prefeitura. Ainda sobre a questão da
construção de um novo plano de carreira para o magistério de São Felipe,
a APLB assentou-se no discurso de que essa proposta partiu
exclusivamente do Poder Executivo, pois a categoria não demonstrou e/ou
não tem interesse na revisão de plano. Ou seja, isso é uma proposta da
gestão municipal com o intuito de reduzir os gastos com pessoal,
retroceder nos avanços e na valorização dos profissionais da educação.
A diretoria da APLB-Sindicato de São Felipe afirmou na reunião que o
município não apresentou nenhuma proposta no sentido de atender às
demandas da categoria e que tudo o que foi apresentado pela gestão
municipal só convergirá para a desvalorização dos profissionais e um
consequente declínio na qualidade da educação que foi conquistado a
partir da implantação da Lei Federal de 11.738/2008. Foi dito pela APLB
que as mudanças e os cortes promovidos pela prefeitura de São Felipe
contribuem de forma muito negativa para os avanços educacionais
pretendidos para o povo de São Felipe.
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