A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
autorizou na terça-feira (19) o aumento das tarifas de energia cobradas
pela Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba). O aumento
médio, que passa a vigorar a partir de sexta-feira (22), será de
10,72%. Para consumidores de baixa tensão (residências e comércio), o reajuste será de 10,76%.
Já
para os de alta tensão (indústria), o aumento chega a 10,64%. O índice
médio do reajuste ficou 1,25 ponto percentual acima da inflação oficial,
medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que
no acumulado de 12 meses (maio de 2015 a abril de 2016) alcançou 9,39%.
As
novas tarifas são válidas para os 5,7 milhões de clientes da
concessionária, porém, o consumidor só irá perceber o reajuste nas
faturas recebidas a partir do próximo mês. Com o reajuste, a Coelba
estima, por exemplo, que no caso da conta de um consumidor residencial
que utiliza 100 kWh/mês, a conta que antes custava R$ 53,34 será
reajustada para R$ 59,11, acréscimo de R$ 5,77.
Impacto no bolso
Mal
se livrou da cobrança da bandeira vermelha, que deixou a conta do mês
de abril mais barata após a adoção da cor verde, a dona de casa Jacir
Souza vai ter que manter a operação de economia de energia dentro de
casa.
“Fica difícil economizar e continuar
pagando caro. Chegou uma conta aqui que eu paguei R$ 200 de luz, mas
consegui reduzir esse mês para R$ 109. Depois desse aumento, nem sei
mais em quanto isso vai ficar. O que eu sei é que é sempre o consumidor
que termina pagando”, fala.
A dona de casa
conta que fez de tudo para reduzir o consumo de energia, desde apagar
todas as luzes até a tirar todos os aparelhos eletrônicos da tomada. “Eu
nem passo mais lençol. Tiro do varal e vou logo dobrando. Até o
ar-condicionado que dormia ligado eu acordo no meio da noite para
desligar. Quando o marido reclama, a gente corre e liga o ventilador”,
diz. “Se não desligar a conta vem pesada. Por isso a economia de energia
aqui em casa é uma tarefa diária”, completa.
Segundo
a presidente da Associação do Movimento das Donas de Casa e
Consumidores da Bahia (MDCCB-BA), Selma Magnavita, o reajuste compromete
ainda mais o orçamento familiar, principalmente em tempos de crise.
“Sai a bandeira vermelha e quando a gente pensa que vai respirar
aliviado entra o reajuste”, protesta.
Para o
consumidor, a bandeira verde - que vigora no mês de abril - resultou
numa redução média entre 6% e 7% na conta de luz. “É um absurdo, nós
vivemos no sufoco com um salário que não acompanha todos os aumentos. O
consumidor é o maior penalizado por todos os efeitos da crise”, afirma
Selma.
A única saída é continuar
economizando. “A gente tem que converter a utilização da energia em
economia. É tirar todos os aparelhos da tomada mesmo, deixar todo mundo
no banho frio e otimizar o uso dos eletrônicos para que o efeito disso
possa chegar na conta”, aconselha.
Além da
Coelba, a Aneel autorizou ontem os reajuste na conta de energia elétrica
das distribuidoras que operam no Ceará, Rio Grande do Norte e Sergipe. O
estado onde a conta mais encareceu foi o Ceará, com aumento médio de
12,97%.
O menor reajuste autorizado foi para o
estado de Sergipe, com majoração média de 5,24%. No cálculo feito pela
agência na definição dos índices de reajuste é levado em consideração a
variação de custos de cada distribuidora, associada à prestação dos
serviços que são atualizados com base no Índice Geral de Preços do
Mercado (IGP-M).
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