Valorizar a versatilidade dos usos da mandioca por
meio do compartilhamento de experiências entre agricultores familiares é
o objetivo do Dia da Mandioca, que a Embrapa Mandioca e Fruticultura
(Cruz das Almas, BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, e a prefeitura municipal vão realizar na Praça Senador
Temístocles, no centro da cidade, na quarta-feira (19) a partir das 8h.
Os
pesquisadores Joselito Motta, idealizador do evento, e Vanderlei Santos
vão ministrar palestras sobre “A cultura indígena e a importância da
mandioca” e “A importância do melhoramento genético”, respectivamente.
Como atração cultural, os índios Kiriris de Mirandela, em Banzaê (BA),
vão participar do evento, apresentando a dança do toré, ritual
considerado o maior símbolo de resistência e união entre os índios do
Nordeste brasileiro.
Criada pela Embrapa em
2007, a data escolhida originalmente para a comemoração é 22 de abril,
para coincidir com a chegada dos portugueses no Brasil. “Como este ano o
dia 22 será no meio de um feriadão, resolvemos antecipar para o Dia do
Índio a reflexão sobre esta raiz tão importante, o que também se mostrou
muito apropriado”, explica Joselito Motta.

Diversidade
São
inúmeros os usos na alimentação humana, animal e na área industrial,
onde fécula e amidos modificados são matérias-primas para uma infinidade
de produtos, como papéis fotográficos, colas, cervejas, tintas,
vestuário e embalagens biodegradáveis, em substituição a derivados de
petróleo, entre outras aplicações.
Na alta gastronomia, a
mandioca está em evidência na cozinha de chefes e culinaristas de todo o
país como Teresa Corção, Alex Atala, Claude Troisgros, Beto Pimentel e
Tereza Paim, entre outros. Atala, por exemplo, afirmou recentemente em
entrevista à BBC Brasil que a mandioca é a maior representante da
culinária brasileira: “O ingrediente que está presente de norte a sul do
Brasil, em todas as mesas, das mais ricas às mais pobres, é a mandioca e
suas farinhas”, disse.
O Dia da Mandioca
conta também com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR),
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Bahiamido, Centro
Público de Economia Solidária do Recôncavo da Bahia (Cesol), Instituto
Biofábrica de Cacau (IBC) e Padaria e Delicatessen Parati, que vão
participar com estandes.
No estande do IBC
haverá distribuição de manivas do aipim BRS Kiriris, lançado pela
Embrapa Mandioca e Fruticultura em 2001 e tolerante à podridão da raiz,
uma doença importante da cultura da mandioca. Já a Parati vai promover
degustação de pães com 10% de fécula de mandioca em substituição à
farinha de trigo.
Uma pequena feira vai ser
montada no local para a venda de artesanato indígena e de farinhas,
tapiocas, beijus tradicionais, maniçoba e outros produtos feitos à base
de mandioca provenientes da agricultura familiar.
Léa Cunha (DRT-BA 1633)
Embrapa Mandioca e Fruticultura
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