Por birra entende-se a insistência numa ideia ou
comportamento, que pode ser exagerado e sem uma motivação racional. Em
alguns casos, a birra é o espelho de um mero capricho ou vontade de ‘ser
do contra’. Para as crianças, a birra chega mesmo a ser um ato repetido
e até mesmo quase diário, resultando como forma de defesa e/ou ataque e
fazendo com que os pais levem as mãos à cabeça nas mais variadas
situações. Mas não é preciso fazer um drama em cada birra que uma
criança protagoniza. Melhor do que isso é passar a decifrar cada tipo de
birra que é feita e saber atuar de imediato. E é aqui que entra
Stéphanie Couturier, psicóloga e sofróloga. A especialista assina o
livro ‘Como ajudar o seu filho a controlar as birras – exercícios e
ferramentas para acalmar e evitar as crises’, onde explica o porquê das
birras, como se diferenciam e qual o melhor método de ataque, sendo que a
estratégia passa sempre pelo mesmo: acalmar e evitar. A especialista
francesa começa por diferenciar os quatro tipos de birra que os mais
novos costumam protagonizar. São eles:
1 – A birra maliciosa. “Manifesta-se por ‘palavras feias’ e ofensas;
2 – A birra imbatível. “É a mais potente das birras. Leva sempre a melhor”;
3 – A birra destruidora. “A criança atira as coisas para o chão e ‘destrói’ tudo no seu caminho”;
4 – A birra resmungona. “A criança apenas grita e resmunga”;
5
– A birra possessa. “É a pior de todas! Um verdadeiro monstro das
birras. Todas as birras ao mesmo tempo e mais potentes! Manifesta-se em
gritos, palavras amargas e coisas partidas. É assustadora: a criança
parece possessa! Ocorre, com frequência, quando existem diversas raivas
dentro da criança por não ter conseguido expulsá-las antes. Afinal, não
passa de uma acumulação de birras”.
Evitar uma briga é sempre o
desejado, mas está longe de ser sempre possível, por isso, tão ou mais
importante do que tentar que a criança não repita o mesmo comportamento
vezes sem fim é saber atenuá-lo. Deste modo, o livro de Stéphanie
Couturier serve como uma espécie de guia prático para compreender o
comportamento dos mais novos e saber ‘moldá-los’ para que as birras
deixem de fazer parte do dia a dia.
“As minhas ferramentas são
pequenos exercícios para os pais fazerem com os filhos ou
incentivarem-nos a fazê-los sozinhos. Não existem restrições. Fáceis de
executar, funcionam como uma terapia de fundo. Alguns deverão ser feitos
todos os dias. Quanto mais a criança se sentirá familiarizada com eles,
mais controlo terá sobre as suas birras”, escreve a autora.
Mas,
que ferramentas são essas mesmo? São estratégias práticas que passam
pelos exercícios de libertação de energia e de táticas de respiração,
pela dádiva de superpoderes à criança (aliados à capacidade imaginativa
infindável da criança, claro) e também pela descontração. (Noticias ao
Minuto)
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