Amigos reunidos no banco da praça no final da tarde;
vizinhos conversando na porta de casa; silêncio, que esporadicamente
é quebrado pelo barulho de crianças brincando nas ruas; o velho e bom
“baba” com os colegas da escola no campo de futebol. Cenas cada vez mais
raras de se ver, mas não para os moradores de uma pequena cidade
localizada na região da Chapada Diamantina. Às margens da BA-245, o
município com pouco mais de dez mil habitantes, segundo o Censo de 2017
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda exprime
características típicas de uma cidade interiorana. No entanto, além dos
aspectos pacatos, outras peculiaridades fazem a localidade ser
diferente.
Imagine morar em um local onde um dos poucos crimes
mais lembrados pelos moradores aconteceu há mais de 15 anos? Sair e
deixar a chave da porta de casa pendurada em uma árvore? Descer da
motocicleta para comprar algo e deixar a chave na ignição do veículo? Ou
até mesmo, montar uma barraca para comercializar seus produtos,
deixá-la sozinha e voltar horas depois com a certeza de que vai
encontrar tudo onde deixou?
Com o crescimento da criminalidade
nas grandes metrópoles e também em municípios do interior, torna-se
difícil acreditar nesse cenário. Entretanto, ainda há lugares com esses
atributos, e um deles está localizado a cerca de 330 quilômetros de
Salvador: bem-vindo a Marcionílio Souza, a cidade que aparece entre as
três da Bahia sem registros de crimes no ano de 2017.
Segundo
dados da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), ao lado de
Guajeru, a 600 km da capital baiana, e Umburanas, na região norte do
estado, Marcionílio Souza pode ser considerada um recanto de paz, já que
em 2017 não foram contabilizadas ocorrências de homicídios, lesões
corporais seguida de morte, latrocínios – roubo seguido de morte-,
roubos ou furtos de veículos, estupros, roubos a ônibus, apreensões ou
uso de substâncias entorpecentes.
Ainda de acordo com a SSP-BA,
de 2014 até março deste ano, seis pessoas morreram de “morte matada” no
município, ou seja, menos de um homicídio por ano. Já em relação ao
número de veículos furtados no mesmo período, a quantidade é ainda
menor: apenas dois motoristas tiveram o carro furtado na cidade. (Bocão
News)
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