Ator de 'Malhação' relata racismo sofrido pela filha de 2 anos: 'Minha perna ficou bamba'



Foto : Divulgação
O ator André Luiz Miranda, no ar em "Malhação: Vidas Brasileiras", usou o perfil dele no Instagram para relatar de um episódio de racismo que a filha, Beatriz, de apenas dois anos, sofreu enquanto brincavam na área de lazer do prédio onde moram no Rio de Janeiro. Segundo ele, outra criança se recusou a brincar por ela ser negra. “Depois de muito tempo consegui chegar cedo do trabalho e resolvi descer e brincar com a minha filha (dois anos) no parquinho do prédio. Nós divertimos muito, ficamos horas brincando, até que em um momento ela me abandonou porque enxergou uma amiga, [de] mais ou menos quatro anos acompanhada do irmão (14)”, iniciou o ator, na postagem. E continuou: “Logo notei uma coisa diferente no comportamento dessa criança. Sempre fugindo da minha filha, sem emitir um som sequer e minha filha querendo muito a atenção dessa amiga. O irmão dessa menina foi jogar bola no campo ao lado e então éramos só nós três nesse parquinho. Minha filha o tempo todo querendo brincar e sempre rejeitada. Um dado momento uma terceira criança apareceu e logo o comportamento da menina mudou. Abriu um sorrisão, correu pra abraçar, chamou pra brincar e minha filha ali isolada”. “Vendo a tristeza da minha filha, me abaixei e perguntei porque ela não queria brincar com a minha filha, eis que a criança de QUATRO ANOS respondeu: ‘Pessoas do cabelo assim e com essa cor eu não gosto. Eu só brinco com pessoas brancas’. Perguntei se era da cabeça dela ou se alguém já falou isso pra ela e ela me respondeu que era da cabeça dela. Nessa hora a minha perna ficou bamba, um aperto no coração e uma vontade de chorar ouvindo essas palavras saírem da boca de uma criança de quatro anos”, disse ainda. E por fim: “O RACISMO é estrutural e reproduzido pelas crianças de forma assustadora. Mesmo não tendo consciência do conceito de raça, essa criança aprendeu alguns aspectos que estão na nossa sociedade. O cabelo, a cor da pele, são características determinantes da diferença racial e isso motiva essas ações. Mas eu não posso fraquejar, isso me deixou mais forte pra poder lutar pelos MEUS, lutar por ELA”.


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