Uma pesquisa divulgada pelo IBGE mostra que o número
de baianos que deixaram de procurar emprego voltou a crescer e é o mais
alto em todo o país. São 877 mil pessoas “desalentadas”, que deixaram
de ir em busca de uma vaga no mercado de trabalho. O número foi
divulgado na quinta-feira (16), na Pesquisa Nacional por Amostragem de
Domicílios (PNAD). Segundo a pesquisa, essas pessoas deixaram de
procurar emprego ou porque não conseguiram colocação ou porque não tinha
experiência ou porque era muito jovem ou idosa para uma eventual vaga. O
levantamento mostra que este índice cresceu nos últimos três meses, em
comparação com o primeiro trimestre deste ano. Já o total de
desempregados que buscam por uma nova oportunidade na Bahia caiu 9,2%,
do primeiro para o segundo trimestre deste ano. Atualmente, são 16,5% da
população baiana atrás de trabalho.
Para o economista Armando Avena,
a queda no número de desocupados tem duas explicações. “O que aconteceu
na Bahia é que muitas pessoas deixaram de ir procurar emprego,
desalentaram-se, então, ao deixar de procurar emprego, se reduz a taxa
de pessoas que vão buscar esse emprego. Então, por isso houve uma taxa
de redução de desocupação. Além disso, é bom que se diga também, houve
um aumento da geração de empregos no setor industrial e também no setor
de alojamento e de alimentação”, disse o economista. O IBGE também
pesquisou a situação dos baianos por município. Em Salvador, o número de
pessoas desocupadas, que procuram emprego, subiu 17%, e deixou a
capital baiana em terceiro lugar entre as capitais do país onde a
população busca por uma oportunidade de entrar no mercado de trabalho.
Para esta situação, o economista afirma que os soteropolitanos passaram a
ter esperança na melhora da economia, mas pondera que as vagas de
emprego não aumentaram em Salvador.
“Trinta mil pessoas que não
procuraram emprego no período anterior, passaram a procurar emprego. Com
isso, a taxa de desocupação aumentou. Salvador ainda não viu o comércio
se recuperar, nem a construção civil. E o turismo também está numa
espécie de entressafra. Então, é um momento em que a economia tem
condições de voltar a crescer, mas ainda não voltou”, concluiu Armando
Avena. O último emprego de Patrícia Santos foi há 5 anos. Ela ficou
desempregada depois de uma demissão em massa, na empresa em que
trabalhava como serviços gerais. Foram 5 anos de busca. Imprimiu o
currículo, bateu de porta em porta, mas acabou desistindo. Hoje, ela
passa o tempo estudando para se qualificar e voltar a correr atrás de um
emprego. “Toda vez que eu ia, as portas sempre estavam fechadas, ou que
‘não, não estamos aceitando currículo’. Nesse momento eu me encontro
fazendo rifa”, disse Patrícia. (G1)
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