Rombo da Previdência até setembro já é 6% maior do que o de 2017, diz dados

Com o rombo crescente da Previdência, as contas públicas apresentaram déficit primário de R$ 22,9 bilhões no mês passado, o quarto maior resultado negativo para meses de setembro da série histórica do Tesouro Nacional, iniciada em 1997. Na comparação com setembro do ano passado, houve queda no resultado negativo, de 3,7%. O maior deficit já registrado para o mês foi o de setembro de 2016.

Com isso, R$ 27 bilhões está no vermelho. Os dados foram divulgados na última sexta-feira (26) pelo Tesouro. O resultado primário é resultado de receitas menos despesas antes do pagamento de juros.Os dados mostram que as receitas líquidas do governo somaram R$ 96,6 bilhões e subiram 3,1% em setembro na comparação com o mesmo mês de 2017.

As despesas, por outro lado, totalizaram R$ 119,6 bilhões, crescimento de 1,7% na mesma comparação. Os números se referem às contas do governo central, que incluem os resultados do Tesouro, do Banco Central e da Previdência. Enquanto o Tesouro e o BC tiveram resultado positivo de R$ 8,4 bilhões, o rombo da Previdência totalizou R$ 31,4 bilhões, alta de 7% na comparação com setembro do ano passado segundo o Folhapress.

No acumulado do ano, o deficit primário é de R$ 81,5 bilhões, o terceiro pior resultado da série histórica. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o resultado negativo foi R$ 32,8 bilhões menor, por causa principalmente do aumento da arrecadação. Em 12 meses terminados em setembro, o resultado primário é negativo em R$ 97,2 bilhões.

Neste ano, a meta fiscal estabelecida pelo governo é de um déficit de R$ 159 bilhões. A projeção do Tesouro para o resto do ano, ou seja, para o período entre outubro e dezembro, é de um deficit de R$ 77,4 bilhões. Se confirmado, esse rombo será R$ 62,7 bilhões maior do que o do último trimestre do ano passado.

A razão para essa piora, segundo o órgão, é o crescimento dos gastos com Previdência e pessoal, o subsídio para a redução do preço do diesel e o aumento de despesas que não ocorreram nos primeiros nove meses e que foram reprogramadas para o final do ano.

Como vem fazendo nos últimos meses, o Tesouro divulgou também o "empoçamento" do Orçamento, ou seja, recursos disponíveis para os ministérios mas que as pastas não conseguem executar por causa de dificuldades burocráticas de execução. Em agosto, esse valor total que não conseguiu ser executado foi de R$ 12,2 bilhões, e os ministérios mais afetados foram Saúde, Defesa, Educação e Justiça, de acordo com o órgão.

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