
Além da já conhecida síndrome do overtraining, que desencadeia sintomas como depressão, insônia, irritabilidade, queda na imunidade, perda de apetite e de peso, a pesquisa mostrou que há outras alterações negativas nos órgãos vitais.
O coordenador da pesquisa, professor Adelino Sanchez Ramos da Silva, explicou que a pesquisa vem sendo desenvolvida há 10 anos com estudos em camundongos.
“O diferencial dos nossos estudos, que vêm sendo desenvolvidos há 10 anos, é que, além dessas alterações, nós verificamos, em estudos com camundongos, que o desequilíbrio entre o excesso de exercício físico e o período destinado à recuperação está associado a uma inflamação em músculos esqueléticos, sangue, hipotálamo, coração e fígado”, disse.
Os testes submeteram os camundongos a diferentes práticas de overtraining, como corrida no plano, na subida e na descida, durante oito semanas. Conforme o estudo, o excesso de exercícios fez com que as células musculares ficaram com mais dificuldade de captar a glicose que circula no sangue.
Diante disso, a dificuldade foi compensada tanto pelo coração pelo fígado, que aumentam os estoques de glicogênio. Além disso, o coração apresentou sinais de fibrose e sinais moleculares de hipertrofia patológica. O fígado também teve aumento da gordura que ocorre, por exemplo, em doenças como diabetes e obesidade.
“É importante frisar que, após duas semanas de recuperação total, em que os animais não foram submetidos a nenhuma sessão de treinamento, as alterações inflamatórias no músculo esquelético, no soro e no hipotálamo retornaram aos valores normais, no entanto, o desempenho dos animais continuou diminuído”, afirmou.
Ainda de acordo com o estudo, a conclusão serve de alerta para os indivíduos que treinam em excesso e não respeitam um período adequado de recuperação.
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