Impedir cultos pode custar caro a prefeitos nas próximas eleições, diz cientista político

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Foto: Reprodução

As próximas eleições podem ser marcadas por uma resposta de evangélicos e seguidores de outras religiões a prefeitos que vêm dificultando a reabertura de templos. Um cientista político acredita que as urnas poderão evidenciar aos candidatos como o comportamento ao longo da pandemia foi percebido pela população.

A suspensão dos cultos presenciais durante os primeiros meses da pandemia do novo coronavírus foi compreendida pelos fiéis e líderes evangélicos como uma contribuição necessária, mas agora, diante do processo de retomada das atividades econômicas, alguns prefeitos ainda resistem a liberar a reabertura dos templos.

Jornal da Record ouviu o cientista político Pedro Costa, sobre o tema: “Nessas eleições, 2020, o recado vai ser dado nas urnas. Os prefeitos que se colocam contra à reabertura desses templos, e que eventualmente se colocaram a favor à reabertura de outros espaços, análogos, semelhantes, certamente vão ser punidos por essas comunidades de fiéis nas urnas”.

A reportagem da Record TV fez um levantamento apontando que aproximadamente 400 cidades no país ainda mantém restrições ao funcionamento dos templos, e citou, dentre outros, o exemplo do prefeito de Porto Alegre (RS), Nelson Marchezan Junior (PSDB).

Do ponto de vista social, a contribuição das igrejas e demais templos é vista pela psicanalista Valéria Amódio como essencial para a manutenção da saúde mental: “Essa experiência emocional é muito importante”, disse ela, sobre a participação nos cultos. “E nela vem, sim, a fé, porque aí a gente consegue detectar e conversar com nossos sentimentos, acolher o sentimento, seja ele ruim ou bom, e conseguir transformar”, acrescentou.

O aumento dos casos de violência doméstica durante o período de confinamento é outro aspecto abordado pela reportagem. A especialista no assunto Patrícia Alonso observa que as igrejas e demais templos têm um papel importante para evitar que a agressão se intensifique e se torne algo mais grave: “Essa pessoa não tem para onde ir, e aí ela vai para a igreja, é o único lugar que ainda está aberto para as missas, para os cultos. E nesse contexto de violência doméstica eu vejo que é o único lugar que ela ainda pode chegar, se abrir, e ter socorro”, comentou.

“Hoje, nesse período de pandemia, a igreja está fazendo colaboração de interesse público”, reiterou Patrícia Alonso.

O bispo Cristiano Guimarães, da Igreja Sara Nossa Terra, destacou a necessidade intrínseca ao ser humano de buscar o transcendente ao enfrentar adversidades: “A fé é um instrumento de crescimento, de fortalecimento na vida das pessoas. Então, no momento de crise a fé é muito importante, a fé sustenta as pessoas nesse momento”, disse ele.

A mesma visão é compartilhada pelo bispo Vladimir Romera, da Igreja Renascer em Cristo: “Principalmente agora, nessa época de pandemia, é muito satisfatório, porque nós descobrimos o sentido da nossa vida em poder ajudar o próximo”, comentou.

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