Professora e historiadora é vítima de preconceito em Belo Horizonte: 'Você faz faxina?'

A professora e historiadora Luana Tolentino, 33 anos, viveu uma situação desagradável na última terça-feira, em Belo Horizonte (MG), quando foi vítima de preconceito. De manhã, seguindo para o trabalho, uma mulher abordou Luana na rua e perguntou se ela fazia faxina. "Não. Faço mestrado. Sou professora", respondeu Luana, que é negra.

"Primeiro eu tive um impacto. É como se fosse um soco no estômago e você perde o ar, sabe? Mas aí, como a gente passa por um longo processo de afirmação, eu consegui responder. Ela não respondeu mais e ficou impactada pela minha resposta. Ela foi andando pra trás e ficou me olhando e eu segui. Acho que o constrangimento dela impediu que ela dissesse qualquer coisa", contou

Luana diz que já foi faxineira e a pergunta não a ofendeu. "Acho uma profissão muito digna. Não fiquei ofendida. Algumas pessoas falaram para mim, "ah, mas só porque ela achou que era faxina?" Não é isso. É um sentimento de "poxa vida, por que ela tem que achar que eu só posso ser faxineira?". É um descontentamento. Por que me abordar e falar isso? ÉO que me dói é as pessoas me lerem dessa forma, por ser negra. Foi muito invasivo", relata ela, que não conhece a mulher.

Uma publicação da professora nas redes sociais fez sucesso. O post teve mais de 2 mil compartilhamentos. "No imaginário social está arraigada a ideia de que nós negros devemos ocupar somente funções de baixa remuneração e que exigem pouca escolaridade. Quando se trata das mulheres negras, espera-se que o nosso lugar seja o da empregada doméstica, da faxineira, dos serviços gerais, da babá, da catadora de papel", desabafou. Extra

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