Fliquinha faz homenagem as mulheres do recôncavo


Foto: Divulgação
O ritmo contagiante do samba de roda tomou conta da Fliquinha na manhã deste sábado (07), terceiro dia da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica). Ao som de palmas e de cantigas de roda, a idealizadora do projeto Movimento Livres Livros, Raíssa Martins, apresentou o livro A Magia dos Sonhos que conta a história de um menina sonhadora que queria melhorar o mundo. No palco montado na Fliquinha, Raíssa juntamente com outras contadoras de história, relembraram ainda com versos e música, a história de duas mulheres fortes do Recôncavo: Dona Dalva e Dona Cadu.
Bastante emocionada, a contadora de histórias Aceli Araújo contou a história de Dona Cadu, ceramista e sambadeira da região, hoje com 97 anos. No palco, duas atrizes brincavam com argila. Ela abriu a apresentação cantando “Santo Bartolomeu/ Veio da Bahia/ Cobertinho de flor/ Cheio de alegria”. “Quem é a doutora do samba, a rainha dos bambas?”, perguntou a contadora Cristina D’ávila. Assim ela começou a apresentação que relembrou a história de Dona Dalva, que se define como “sambarista”. A plateia acompanhou tudo ao som de palmas e repetindo alguns versos.
Raíssa Martins falou do Movimento Livres Livros, que em três anos de existência já contabiliza 35 mil livros distribuídos e a criação de 42 minibibliotecas, sendo a última delas na praça Faquir, em Cachoeira. A Livres Livros e o grupo Odebrecht participam da Flica com a tenda A Magia das Histórias. O charmoso espaço foi todo construído de forma sustentável, com pallets e tecidos feitos a partir de material reciclável. Montada em frente ao Cine-Teatro Cachoeirano, onde acontece a Fliquinha, a tenda conta com uma programação intensa que inclui, além da contação de histórias, oficinas de sussurro poético e apresentações musicais.

Orixás
A programação da Fliquinha ainda teve a participação da escritora Carolina Cunha, que tem livros publicados com histórias dos orixás. Ela falou sobre o livro dedicado a Ogum. Antes de começar a apresentação, a escritora fez uma saudação em iorubá para os ancestrais. “Agoniê Agô. Estou pedindo licença para entrar nesta casa”, disse.
Com um agogô nas mãos, Carolina Cunha começou a contar uma “história do tempo em que o mundo ainda nem existia”. As crianças, encantadas, acompanharam toda narrativa. “Na verdade, não contamos as histórias que escolhemos. As histórias que nos escolhem”, afirma.
Raíssa Martins também acredita que é preciso reaprender a acreditar nos sonhos. “É bom aprender a fechar os olhos e ouvir o coração”, ensina. A plateia também foi convidada a embarcar nessa aventura. Ao final da apresentação, cada pessoa recebeu um bloquinho e um lápis com semente dentro de um saquinho de pão “porque o que alimenta nossa alma é a palavra é a poesia”, explicou Raíssa. A manhã na Fliquinha foi encerrada com a apresentação do espetáculo A Magia do Amor.

Fonte: Agência de Textos Comunicação Corporativa

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