Foto: GeorgeRudy/Thinkstock/Getty Images
Quando
sua esposa entrou em trabalho de parto, o cientista Pavel Goldstein não
sabia o que fazer. “Ela estava com dor e tudo o que eu conseguia pensar
era ‘o que posso fazer?’”, lembra. “Eu peguei na mão dela e isso
pareceu ajudar”, relata. Foi aí que veio a ideia de testar no
laboratório se o toque realmente pode aliviar a dor de uma pessoa. A
investigação deu certo. No último dia 12 de junho, o estudo de Goldstein
– que faz pós-doutorado na Universidade de Colorado em Boulder, nos
Estados Unidos – foi publicado na revista científica Scientific Reports.
O trabalho envolveu 22 casais heterossexuais, com idades entre 23 e 32
anos. Os participantes foram expostos a várias situações: primeiro, eles
sentaram lado a lado sem se encostar; depois, de mãos dadas; e, por
último, foram colocados em quartos separados. Em outro momento, os três
cenários foram repetidos, com as mulheres sendo submetidas a uma dor
leve no antebraço por dois minutos. As análises mostraram que, só por
estar sentados juntos, os batimentos cardíacos dos casais já se
mostravam sincronizados. Quando a mulher era submetida à dor, mas não
podia tocar seu parceiro, a sincronia era afetada. E quando se davam as
mãos, os voluntários entravam em sincronia novamente – e a dor delas
diminuía. “Parece que a dor interrompe essa sincronia interpessoal entre
os casais. E o toque a traz de volta”, explica Pavel Goldstein. Mais
estudos são necessários para entender a fundo como o contato físico
alivia a sensação dolorosa. “Pode ser que ele seja uma ferramenta para
comunicar empatia, resultando em um efeito analgésico”, especula o
pesquisador, que espera que os achados sirvam de evidência científica
para provar, no futuro, que o amor é, sim, a cura para todas as dores.
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