A sífilis é uma doença sexualmente transmissível,
causada por bactéria, que progride em estágios. Sífilis é de fácil cura
nos estágios iniciais. Porém, sem tratamento, sífilis pode causar danos
aos órgãos do corpo levando a doença grave e até morte. Em 2005, a taxa
de diagnóstico de sífilis em gestantes no Brasil era menor do que 1 caso
a cada 1000 nascidos vivos. A última edição do Boletim Epidemiológico
de Sífilis, publicado em 2015 pelo Ministério da Saúde (MS), aponta que,
no ano de 2013, esse índice subiu para 7,4 casos a cada 1000 nascidos
vivos. De acordo a enfermeira Juliana Miranda, Coordenadora do Curso de
enfermagem da Facemp em Santo Antônio de Jesus, no município, os casos
de sífilis em gestantes aumentaram no primeiro semestre em relação a
mesma estatística do ano anterior, “90% das pacientes que têm sífilis
adquirem a doença por meio da relação desprotegida”, informa. Os dados
são do CTA/SAE. A fase primária da doença é marcada pela presença de
feridas que recebem o nome de cancro duro. “Quando você as apalpa, elas
são endurecidas, daí o nome”, explica Miranda. A questão é que, muitas
vezes, essas lesões se localizam em áreas como as paredes vaginais, o
períneo e o colo uterino, o que dificulta a sua detecção e pode levar a
uma evolução do quadro.
Perigos para o bebê: O
treponema tem a capacidade de atravessar a barreira placentária,
infectando o feto. Quando isso acontece, o bebê adquire a chamada
sífilis congênita, cuja incidência tem aumentado nos últimos anos,
segundo o Ministério da Saúde. Em 2004, a taxa em menores de 1 ano de
idade era de 1,7 casos para cada 1000 nascidos vivos; em 2013, esse
número subiu para 4,7. “As consequências podem ser abortamentos
precoces, tardios e trabalho de parto prematuro”, exemplifica. Caso a
infecção se dê no fim da gravidez e não seja tratada, o bebê está mais
propenso a nascer com icterícia ou mesmo com hepatite. “Além disso, se
houver alguma lesão no canal de parto, a criança pode ser infectada na
hora do nascimento”, adverte.
O tratamento: A
terapia contra a sífilis é feita com um antibiótico, a penicilina
benzatina – o único medicamento capaz de impedir a transmissão vertical,
ou seja, da mãe para o filho. O remédio é aplicado por injeção
intramuscular e a dosagem varia de acordo com a fase em que a doença se
encontra. “Todas as grávidas podem tomar, não há riscos para o feto”,
garante Pares. A exceção fica por conta das gestantes que são alérgicas à
penicilina. Nesses casos, prescreve-se um antibiótico administrado por
via oral. “O problema é que ele não trata o feto, só a mãe”, observa.
Vale
ressaltar que também é necessário que o parceiro faça o tratamento.
E até que ambos estejam tratados, a recomendação é evitar as relações
sexuais. Para aquelas que têm a doença e pretendem se tornar mães, o
melhor é iniciar a terapia o quanto antes. “Depois de tratar, deve-se
esperar pelo menos seis semanas para engravidar. É o tempo que o
organismo leva para a eliminar o treponema”, aconselha .
Redação: Voz da Bahia
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